A história de Lilli Brown - Maria Gadú

domingo, 25 de abril de 2010


Hipóteses poderiam soar como ameaças 


E se hoje eu resolvesse ir embora?Agora?!
Acordar e... Simplesmente ir.
Deixar aqui tudo o que foi bom
Não explicar...
Ou se despedir...
Escorrer pelas paredes
Transpassando os espaços entre a porta
Levando comigo a falta de justificativas.
Perdendo a razão
Como quem perde a si mesmo.

Roubar-lhe por Inteiro e depois sair por ai
Sorrateiramente...                     
Abandonando seus Pedaços
Em uma espécie de...
Fuga!

E se eu lhe enganasse?
E se eu fosse você?
  
  
*As vezes eu me pergunto se o tempo realmente cura ou apenas adormece...
 Meu coração não está em um dos seus melhores dias e não sei até quando
quem sabe nunca...






segunda-feira, 19 de abril de 2010

Passando a Limpo.


Foi inevitável, o fim estava previsto.
Era como se eu sempre soubesse,
Mas não o bastante para retomar
Todo o caminho que eu percorri até aqui.

Não convém tentar reescrever sobre todos os borrões
Que constituem esse presente ao qual nos encontramos.
Na verdade todos os rabiscos foram contornados a caneta
E nada apagará os nossos erros e acertos.

Seria mais fácil inventar uma nova desculpa
Para ao menos tentar me livrar de todo esse caderno.
Construir uma nova história.
Mas nos dias em que se seguem somente tenho passado a limpo
Tudo aquilo que já foi escrito.

E a continuação de toda a trama é apenas mais um ponto[.]
O que se segue é apenas o fim,e ele sim continua[...]
Firma-se cada vez mais,
Dando-me a certeza de que não haverá jamais um nós.

Eu nunca havia experimentado escrever uma historia em teu nome,
Estou continuando por nós dois
Não deixarei as folhas em branco,mesmo com a ausência de tuas palavras
É uma forma de manter tudo aquilo que já esteve bom.

Não nego a minha vontade de arrancar todas essas páginas molhadas
Na qual descarrego meus lamentos todas as noites
Mas a cada página retirada,sinto uma lembrança fluindo e levando você para longe.

As folhas lascam,
Por dentro eu sangro,
Enfim colo todos os pedaços.

                             

sábado, 10 de abril de 2010

Paula buscava a tal paz correndo pela praia, e enquanto ela observava a sua volta, seus pés sujos de areia formavam um grande círculo ao redor da margem.
Suas passadas rápidas transformavam tudo e todos em vultos, apenas. Na verdade, não desejava enxergar nada além do mar.
Seus olhos estavam mareados e a visão começava a ficar cada vez mais turva... 
Sim,ela fora atingida por uma corrente de dor e agora ondas se formavam,quebrando-se a cada piscar de pálpebras.
Ainda em movimento, balançava a cabeça com uma ínfima esperança de acordar daquele pesadelo ao qual nunca deveria ter entrado, mas nem ao menos culpa-se por nada,apenas concordou em fechar os olhos para um sonho,digo,um suposto sonho.
Em pequenos intervalos de tempo a água tocava os seus pés totalmente despidos e sensíveis, para que ficassem vulneráveis a aquela carícia frívola do mar ás 23h. As suas sandálias foram deixadas em cima de uma “pedra qualquer”, não poderia ser mais exata, pois não se recordava o local ao certo...
(Respondendo a uma hipotética pergunta sobre as sandálias: não, ela não se importava).
Eu estava um pouco mais distante sentada na areia, próxima a uma “pedra qualquer”, como a grande guardiã das sandálias amarelas de uma desconhecida e esperando o final daquele ciclo vicioso, quando o cansaço a trouxesse em um arrastar de pernas.
Os ponteiros traçavam o seu percurso, eu, apenas a observava e ela, seguia o seu ciclo acelerando ainda mais, iniciando um descompasso repentino. Quer chegar onde ninguém possa alcançá-la, mas o desespero a acompanha, cada vez mais rápido. Ela podia senti-lo, através de sua respiração ofegante e até escutá-lo sussurrar: “Hoje, Paula, eu não quero Paz”.
                      


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Música
Quem sabe um dia eu consiga explicar esse amor incondicional e sem fronteiras,essa sensação maravilhosa que mistura letras e notas expressando o melhor ou até mesmo o pior de mim,é uma questão de estado consigo.
Talvez para alguns,isso não faça o menor sentido, mas quanto aos meus conceitos, é tudo e um pouco mais.
Um alicerce,meu porto seguro e independentemente de vitórias ou derrotas ela estará aqui mais uma vez : em forma de cordas,papéis,lápis,voz,poemas ou até mesmo canções.
E eu poderia viver o resto da vida repetindo mil vezes as mesmas palavras e os mesmos acordes.
Talvez seja uma obsessão, não posso mais controlar os sons,eles entram e saem da minha cabeça como o vento que sopra os meus cabelos no final da tarde.
É bem provável que esse amor não tenha fim e a cada segundo que passa quero ser melhor e me guiar por um caminho novo, ou quem sabe um instrumento que revele mais uma sensação dentro de uma imensidão.
Ah...como me conforta,completa,preenche e nada substituirá esse espaço dentro de mim,ninguém irá entender ou reconhecer este efeito instantâneo.
Paro diante do ponto mais alto,fundo,aquele abismo no qual você me leva,onde eu me atiro diversas vezes para que você possa me resgatar.
Daqui de cima o meu grito transborda meus medos,alegrias e tudo que trago comigo durante...
Sempre!
Digo frases soltas e o eco de todas as palavras promove uma harmonia .
Tudo no meu ritmo.
Estou em busca de sons e eles vão fluindo em minha cabeça,sem limites ou obrigações.
Dominam a minha essência,escorrem pelas minhas mãos através de algo escrito ou tocado.
É tocando ou cantando que sou mais que um simples mortal,tocando ou cantando vou além do que se pode alcançar,do abismo...além de mim ou do que possa existir,sou letra,sou voz,sou música:Arte de combinar sons para que produza um efeito agradável.

  • Desculpem-me pelo texto humilde,na verdade iria postar mais um de meus contos,mas hoje,depois de tocar uma música aqui no meu cantinho,rs,senti uma vondade imensurável de rever esse pequeno texto,faz um tempo que estava aqui "entocado",rs,ai reli e resolvi acrescentar algumas coisas. Beijú ; ]

Somente uma observação: sabe quando você é cerca de 90% feita de algo? Pois eh !


quinta-feira, 1 de abril de 2010

É Mágoa - Ana Carolina

É mágoa
Já vou dizendo de antemão
Se eu encontrar com você
Tô com três pedras na mão
Eu só queria distância da nossa distância
Sair por aí procurando uma contramão

Acabei chegando na sua rua
Na dúvida qual era a sua janela
Lembrei que era pra cada um ficar na sua
Mas é que até a minha solidão tava na dela

Atirei uma pedra na sua janela
E logo correndo me arrependi
Foi o medo de te acertar
Mas era pra te acertar
E disso eu quase me esqueci

Atirei outra pedra na sua janela
Uma que não fez o menor ruído
Não quebrou, não rachou, não deu em nada
E eu pensei: talvez você tenha me esquecido

Eu só não consegui foi te acertar o coração
Porque eu já era o alvo de tanto que eu tinha sofrido
Aí nem precisava mais de pedra
Minha raiva quase transpassa a espessura do seu vidro

É mágoa
O que eu choro é água com sal
Se der um vento é maremoto
Se eu for embora não sou mais eu
Água de torneira não volta
E eu vou embora
Adeus!!

  • Bem...hoje resolvi postar uma das músicas que eu mais gosto: possui uma letra incrível e sempre me toca de uma forma muito especial,tudo me agrada: harmonia,letra,ritmo e a voz de Ana,que é simplesmente sensacional,além de ótima compositora e musicista,então vai ai esta dica para vocês.Se gostarem da letra,é interessante ouvir a música também...EU INDICO ; ] 
  • Obs: o que seria de mim sem a mpb?huahsuahs,realmente não sei!