A história de Lilli Brown - Maria Gadú

sexta-feira, 26 de março de 2010



A dor revela-se cômoda e eu:  nada mais sinto!
Perdi todos os sentidos e sensações
Há espaços por todos os cantos que existem em mim
Vagos jamais ocupados nos últimos tempos

Como se define um sentimento insípido?
Após todo o sofrimento, a dor me abandona
Agora nada tenho,e repito: nada mais sinto
Alguns escrevem sobre o amor,
outros sobre a perda
Escrevo aqui apenas o que realmente resta:
A última cena...
Bem-vindos ao vazio,onde nem mesmo a dor faz moradia

Então,o que virá após “o sofrer”?
 Me vêm a cabeça apenas um paradoxo como resposta:
Após a dor,o amor que for verdadeiro ainda existirá!
(Sinto se decepciono todas aquelas suas conclusões de que após “o sofrer” conseqüentemente virá o esquecimento: nada mais sinto não é sinônimo de esquecer!)
Perdoem-me se me contradigo
Mas em nenhum momento mencionei que seria algo objetivo e concreto
Nada mais sinto,significa apenas um coração cansado,debilitado e incapaz

Neste momento,a palavra “coração” não é nada além de um órgão pulsante

Trilho meu caminho,
traço objetivos.
No entanto,sigo com algo “ incompletamente eterno”
Um amor verdadeiro não poderá ser encontrado...
de novo!
E a cada dia vou perdendo o brilho,
infelizmente não sou como as estrelas...

Por: Geane Melo


  • Desculpa a falta de tempo pessoal.Meus dias estão corridos,mas estarei sempre aqui postando novidades,respondendo e visitando a minha Biblogoteca...ah,obrigada por tds as visitas e opiniões,vlw msm por retirarem uns minutinhos do dia para as minhas loucuras,rsrsrs,espero que estejam gostando...pretendo não só postar meus escritos,mas também letras e músicas interessantes,dividir minhas opiniões sobre algumas coisas e por ai vai...Bom final de semana XD,beijos! 



sábado, 13 de março de 2010

Noites Claras



As gotas de chuva percorrem o vidro da minha janela...
É tempestade, e já não há estrelas
Deito-me e na ausência de luz,nem ao menos necessito fechar os olhos
Reluto contra todo aquele filme barato que de forma constante,insiste em passar diante de mim todas as noites...
Mas hoje eu sonho acordada,pois os tranqüilizantes não mais funcionam
Na verdade nunca funcionaram,somente anestesiam por instantes a minha dor
O que fazer quando não há mais palavras a dizer?
Trancada em mim eu me desespero,debatendo-me em todas as grades que me impedem de seguir...
Porque agora tudo parece tão perdido?
O amor como sempre chegou e saiu sem avisar
Mas dessa vez ele tomou conta de todos os detalhes que me constituem
Partes que estão pelo chão

Agora... assim como minhas lágrimas
Eu sou apenas resquícios de um amor completo     
E já não sinto falta do que fui antes nós
Em minhas lembranças resta-me apenas um passado “nosso”
Provei o teu gosto e vi de perto uma felicidade desconhecida
Sei que o tempo não volta atrás e a minha dor não fará com que este passe devagar
Eu apenas sou arrastada pela longa estrada
Sem forças para caminhar...
Cumpro meus planos
E ao contrário de mim
O teu amor aqui dentro adormece,
Te amarei eternamente...
Mas a vida ,continua...



terça-feira, 9 de março de 2010



Lavando Sandália Suja...




Bem,sabem aquela linda manhã?
Onde o sol vem de encontro a sua janela...
Lhe deseja um ótimo dia...
E você como criança-adulta,recém nascida,parcialmente vai abrindo os olhos como se fosse experimentar tudo pela primeira vez e de forma linda...conforme “sempre”.
Mas,porém,no entanto,entretanto,todavia..
Hoje foi mais uma daquelas exceções!

Logo ao levantar a sua canela dá um “beijo” daqueles em um dos pés da cama
Após o banho,o seu cabelo de forma alguma consegue permanecer com o penteado de costume,só por hoje!
E por fim...depois de toda a demora?sim!
Você com certeza está atrasada!

Com o curso próximo a minha casa fui em longos passos e com uma expressão não muito amável...
De poucos amigos,
aliás...nenhum.              
De repente,olho para os lados e ao dar o primeiro passo de encontro ao outro lado da rua,ouço uma voz de uma senhora,que apareceu não sei como e surgiu não sei de onde.Ela era  baixinha,olhos claros e ao contrário da minha pessoa tinha uma expressão super simpática e bem humorada,mas enfim...ela foi contra a mais intensa de todas as minhas vontades ás 06:55 daquela manhã,sim...iniciou uma conversa e olhando indignada para a minha Birc(percata),indagou:

- Venha cá minha filha,você já lavou essa sua sandália?
Continuamos andando e eu pensando comigo mesma,segundos antes de responder (será que ela quis dizer que a minha percata está suja?isso seria uma ironia?bem...pelo sim e pelo não,melhor responder e me certificar)
- Não... (Explicando a minha resposta,o único calçado que não quero que lavem é a minha percata,rsrs)
E ela finalmente me explicou com todo aquele carisma nos olhos,ao mesmo tempo que surgia de canto,um sorriso leve...
- É que,sabe como é, eu fui lavar a sandália de minha neta e acredita que saiu toda a cor?!
Não sei o que houve neste momento,mas eu realmente achei a expressão dela bastante engraçada e comecei a sorrir também...
- Ela não irá se irritar,que cor é a Birc dela?
E a senhora me olhou com de um jeito vazio,logo percebi a falta de entendimento e repeti a pergunta:
- Que cor é a “sandália”?verde escura?                 
-Não!Não é verde escura igual a sua, é Cinza,mas ficou um cinza mais claro
Continuou...
- E se fosse você? Ficaria chateada?
- Ficaria,mas... depois passaria,a senhora não fez por mal
E olhando o relógio se dirigiu a mim mais uma vez:
- Adiante seu lado filha,deve estar atrasada,adorei conversar com você,um ótimo dia...
- Pra você também,espero que sua neta lhe perdoe...
- Acho que ela vai,afinal,com tanta coisa boa na vida,o que é um acidente com uma sandália?
(Risos)

Acenamos ao longe e eu virei a próxima esquina da rua,onde se encontrava o prédio do curso...
Bom,se a neta dela perdoou ou não?eu não sei,mas eu com certeza aprendi algo importante: não vale a pena sacrificar 24hrs ou o resto da vida,em nome de alguns momentos ruins que perto das variadas coisas simples,são apenas mais um detalhe!


 

sábado, 6 de março de 2010

Pedrinhas e Confissões




O mar estava calmo,no entanto nossos corações estavam agitados aquela noite.
Frente a frente...atirávamos pedrinhas que quicavam sobre a superfície da água e ao mesmo tempo falávamos aquelas frases sem nexo,apenas com o intuito de disfarçar o nosso jeito meio sem jeito de observarmos um ao outro,mutuamente.
Neste momento,poderia lhe destacar diante de uma multidão...
Suas características me limitam a você.

De repente silêncio...
Todos sabem que conversas descontraídas não são duráveis quando se tem algo importante em mente,e tínhamos...ou pelo menos eu tinha,mas permaneço calada,caminhando em passadas largas,rápidas,carregando sobre as costas o peso: medo de você não me acompanhar.
Meu coração tem pressa...sinto batidas aceleradas: -eu...(me calo mais uma vez),sensato seria não tentar explicar o que sinto.

Um único gesto,simbolizando o início de uma conversa,ou melhor...confissão,suas mãos buscam as minhas,entrelaçadas e suadas por questão de nervoso.Em seguida você me abraça,descansando a sua boca em meu ouvido,revelando-me um dos teus melhores segredos: - Eu te amo.
Afasto-me e vejo em teus olhos todas as dúvidas compartilhadas por nós no transcorrer daquela noite,logo te dou a minha certeza: - Eu também te amo.
Voltando-se ao mar...as pedrinhas ainda eram lançadas,não mais por medo e sim vergonha.

Por : Geane Melo