Sem mais...

Uma lágrima percorre seu rosto.
E em segundos percebo a esperança fluindo
Seguindo em direções contrárias aos nossos passos
Sim, nós caminhamos até aqui...
Mas de repernto em meio a lembranças, sentimos a necessidade de fugir desse estado
presente que tanto nos assusta e ir em busca de um passado esquecido entre brigas e decepções...
Desta vez o peso da realidade não pode ser mais sustentado por tempos passados,
momentos que ficaram para trás...


Não há volta, assim não há caminho a seguir.
Estagnamos, qualquer movimento será um passo para um fim já previsto.
O silêncio e conformidade é a melhor forma de se manter algo que já esteve bom
Evitam-se os olhares, em busca de esconder algo nítido entre nós dois.


Talvez a porta entreaberta seja um convite tentador a uma escolha
Evitaria tantas palavras não ditas, mas que nesse momento parecem ser decisivas.
A espera de uma decisão é recíproca...
Observo sua inquietude ao pegar repetidamente nos cabelos e brincar com os dedos,
como se estivesse procurando uma forma de se tornar neutro diante de tudo.


Mais um segundo, outra lágrima...
Desta vez  percorrendo o meu rosto...
Um sinal não só de desconforto, mas também de descontrole.


Começo a caminhar pelo quarto com os olhos voltados ao chão.
Onde roupas permaneciam espalhadas após um momento insano à dois.

Busco seu olhar...
De repente seus olhos mareados refletem minha imagem de forma destorcida e voltam-se ao chão...
Deixa-te com suas angústicas, lembranças e indecisões.
Um único e último movimento.
Bato a porta!

Por: Geane Melo